sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Diferença sim, preconceito não!

Educar, arstistando. Diferenciar, arriscando-se. Usufruir do prazer de criar, sem nos considerarmos nunca uma “obra de arte” acabada. Assumir o risco de educar “na diferença”, para que o consenso nunca mais feche os horizontes sociais, empurre-nos para o conservadorismo, ou violente a radical heterogeneidade da cultura. Trabalhar e viver assim, para tornar nossa vida e a dos outros mais belas e dignas de serem vividas. Esta será nossa prática de liberdade em Educação, no século que inicia. Que tenhamos coragem, forças e vontade ética para tanto. (CORAZZA, 2001, p. 30)*

Pensar a sociedade e a infância é reconhecer que ambas sofreram e sofrem mudanças constantes ao longo da história da humanidade. Tanto a primeira como a segunda são construções históricas, criadas pelas mudanças culturais e necessidade de adaptação social dos indivíduos. Se analisarmos historicamente nossas relações e educação foram primordialmente influenciadas pela religião, pelas elites, movimentos sociais e políticos. Assumindo que essas construções são históricas, devemos compreender que as relações mudam, os padrões se transformam e se produzem novas condições de ser e estar na  sociedade. Sendo assim, se antes era "normal" fazer algo, pode ser que hoje não seja mais. Isso ocorre porque somos seres em evolução, nossa capacidade de pensar e refletir sobre nossos atos nos possibilita modificar o meio em que vivemos e estabelecer novos padrões, nos valendo do conhecimento adquirido historicamente, podemos aperfeiçoá-lo.
Faço essa breve introdução para pensarmos questões que estamos vivenciando ultimamente de preconceito tanto de raça como de orientação sexual.  Se antigamente a sociedade escondia, recriminava e punia "a diferença", hoje não podemos encarar situações como as que vivemos, normais. Não é aceitável, com todo conhecimento que temos, que tenhamos o direito de agredir física, ou verbalmente uma pessoa por ela ser diferente de nós, ou do que consideramos a maneira correta de ser. 
Nenhuma criança nasce preconceituosa. Na escola, as crianças pequenas não recriminam os colegas por serem de cor diferente, por serem diferentes.. Obviamente você escuta alguma criança branca se referindo à cor da pele de uma criança negra como "a fulana é pretinha", mas simplesmente pelo fato de ela reconhecer as diferenças de sua cor e a do outro. Sem trazer toda implicação histórica que essa diferença tem. Quem direciona para esse outro foco, somos nós adultos. Não precisamos admitir que somos todos iguais, pois não somos. Somos seres de uma mesma espécie, com características semelhantes, porém com especificidades e singularidades. Não ofende dizer que o outro é diferente de mim, mas a maneira como explicito essa diferença é onde está o problema. 
Antigamente era normal que os brancos escravizassem e humilhassem os negros, hoje não é (falo normal, mas não acredito que isso poderia de alguma forma ser aceitável). Antigamente era normal as crianças participando da vida adulta, como se fossem mini-adultos, hoje não é. Antigamente se escondiam as crianças com necessidades especiais, com deficiências, hoje nós buscamos incluí-las no convívio social da melhor maneira possível. O conhecimento nos traz o poder de melhor compreender nossas relações e modificá-las.
Estes são apensas alguns exemplos de que a sociedade está em constante movimento, e que graças a pesquisas, estudos, teorias, estudiosos, seres iluminados, estamos tentando buscar uma vida mais justa e bela para todos nós. Não é a hora de retroceder e voltar aos hábitos de quando éramos todos seres brutos, sem conhecimento, capacidade de pensar e ter compaixão. 

Tenham todos um ótimo final de semana,
Virginia.





*CORAZZA, Sandra Mara. Na diversidade cultural, umadocência artística. In: Pátio, Revista Pedagógica. Ano V, n. 17, maio/junho 2001p. 27-30.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A arte de ensinar e a arte de educar...


Como professora, sou mediadora da educação e formação de cidadãos.. Porém há uma grande diferença no tipo de responsabilidade que tenho, com a responsabilidade que os pais de meus alunos têm!! Cabe à mim ensinar, mediar e proporcionar situações de aprendizagens e de experiências de vida.. Aos pais cabe educar o caráter, a formação da personalidade, da índole, respeito ao próximo... Fazemos tudo isso dentro da escola, porém, se isso não parte de casa, pode ser que a escola não dê conta!! Como Mário Cortella fala nessa entrevista, nós passamos 4h, 6h, com 20 crianças, por um período determinado dentro da escola.. Os pais têm a responsabilidade por esses sujeitos, para o resto de suas vidas! 
Já passei por diversas situações onde fui entregar a criança no final do dia e reclamar aos pais que o seu filho fez algo errado durante a aula e receber reclamação de que "eu estava pegando no pé" da criança. Todo mundo sabe o filho que tem em casa... Se alguém me fala algo da minha filha, eu vou ficar com muita vergonha, mas por saber que eu deixei de fazer algo para aquela situação acontecer.. 
Não é fácil dizer não aos filhos.. Às vezes parece que estamos sendo ruins com eles... Mas o não também faz parte da educação! Educação essa, que deve vir de casa... Há uma terceirização da educação por parte dos pais e nesse processo, os pais não sabem mais como lidar com seus filhos... E acabam compensando com o "amolecimento" dos limites que devem dar... É muita liberdade para pouca maturidade e responsabilidade de escolha... Devemos ser guias e modelos para nossos filhos... Inspirá-los a serem seres responsáveis, educados, com valores e respeito..
Novamente afirmo, porque sei que cometo erros como mãe, ser humano e professora.. Essa, não é tarefa fácil.. Mas devemos buscar sempre a reflexão dos valores que devemos passar para eles e sermos seus exemplos! 

Que o nosso tempo com eles, mesmo que por hora seja curto, seja de qualidade e amor...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O que fazer com crianças agitadas?

Gente, ontem tive um dia daqueles na escola. Sabem quando a gente tem vontade de sair correndo? Pois é.. Minha turminha pode-se dizer, é uma turminha do barulho.. Eu amo eles, mas tem dias que a nossa relação se desgasta!  Enfim, para poder melhorar minha prática, estou sempre em busca de coisas que possam me auxiliar.. E procurando sobre essa temática achei este texto bem legal.. Pois como mãe e professora sei bem as dificuldades que essa agitação traz.. E que realmente a criança é fruto do meio em que vive! Tenho a clara noção de quando dou menos atenção para minha filha é quando mais ela fica teimosa, não por falta de vontade, mas a nossa vida é sempre tão corrida que às vezes a gente não dá conta de tudo.. E aí, ela faz de tudo pra chamar a minha atenção... Na minha turma não é diferente.. Tem alguns casos de carência afetiva e falta de limites que acabam refletindo no comportamento deles na escola. Muitas vezes é o único lugar que eles tem para brincar, se relacionar com outras crianças e ter um pouco de atenção.
Bom compartilho com vocês, que talvez passem por essas dificuldades também, em casa ou no trabalho, pois sei como é difícil lidar com essas situações!!
Afinal, às vezes nós mães e professoras também nos sentimos querendo uma atenção especial!!!

http://www.corpoematividade.com/?p=981

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Brincando a gente aprende!!

    Quem nunca imaginou que era uma princesa? Um super-herói? Ou que estava voando? 
    Lembro bem da minha infância e das minhas brincadeiras de faz de conta! Na minha época acho que o sonho de toda menina da minha idade era ser uma Paquita e dançar no Show da Xuxa... Sim meninos, ficávamos horas dançando com roupas improvisadas na frente do espelho.. Me lembro também de brincadeiras que inventávamos bruxas (e muitas vezes acreditávamos nessas invenções), ou que tinha anéis que davam força e poder... Enfim, brincadeiras que exercitavam o meu imaginário e as quais, quando me recordo, me trazem sensações de muita alegria!
  Essa semana estava com minha turma na pracinha da escola e quando vi estavam todos brincando de "faz de conta", cada um era um personagem diferente.. Uns estavam no gira-gira indo ao cinema, outros indo viajar de avião (no escorregador), alguns cavalgavam na árvore e outros dançavam e cantavam como se estivessem no filme Frozen. Na correria do nosso dia-a-dia, momentos em que consigo parar e ter esses "insights" realmente me emocionam... Como é bom ser criança e somente ter como preocupação "se o meu amigo não vai me pegar ou se vou montar o maior castelo"...   
   Que felicidade poder ser quem a gente quiser... E é assim que as crianças vão criando suas possibilidades e lidando com suas vivências, corpos, pensamentos.. Assimilando a realidade, reproduzindo-a e interagindo com os outros... Dessa maneira a criança aprende novos conceitos, aprende a lidar com medos, frustrações e desejos. Aprende a socializar-se, assume papéis sociais e os compreende. Vai ganhando e construindo seu espaço na sociedade, desenvolvendo sua personalidade e maneiras de lidar com situações da vida real. 
   Deixar a criança brincar livre e espontaneamente faz parte do aprendizado e tem papel fundamental no seu desenvolvimento! Vamos brincar mais, deixar livre o pensamento, criar possibilidades e novos desafios... 

Um ótimo dia para todos... 
  

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A mudança começa em nós mesmos...


   Olhando este lindo trabalho e vídeo podemos refletir que na verdade, o mundo realmente é feito a mão. Pensando assim, e como educadora, penso que sou também uma escultora de obras primas... Estas, as crianças com quem trabalho, refletirão no mundo, o que vivemos hoje! Por isso é importante estar em constante reflexão do meu trabalho, das minhas práticas, da importância de contar sempre com as trocas de experiências com outras pessoas... Pois não construímos nada sozinhos!! 
   "Dar as mãos" essa é uma idéia que muito trabalhamos na Educação Infantil... Deêm as mãos para fazermos uma roda musicada, para caminharmos até o pátio, para atravessarmos a rua... E por que não dar as mãos para construir um mundo melhor? Ensinar e aprender a andarmos juntos, pensarmos juntos, sermos menos individualistas e mais compreensivos... E olha, isto não é um trabalho fácil, pois é da natureza humana ser egocêntrico.. Mas a prática, se não nos leva à perfeição, nos aprimora e engrandece! 
   Vamos praticar o respeito, o amor, o carinho e a gratidão, o resto vem como plus... 

   A vida se encarrega de retribuir o bem que fazemos aos outros!!! 
   Um beijo a todos!!


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Direito à infância


Criança tem que ser criança, seja onde for, de onde for, da idade que for.. A infância é direito da criança e proporcioná-la, é dever do adulto!!
Vamos cuidar dos nossos pequenos, proporcionar momentos de alegria e diversão e educá-los para que crescem com dignidade, respeito e sensibilidade!! 

Como não ser loucamente apaixonada??


 Como não amar enlouquecidamente alguém assim? 

Essa é a Sofia dando um show lá em casa com o Rafael...
Nada como faltar luz para uma criança ficar entediada e sem ter o que fazer!!! Não aqui... É simples, pegue um violão, alguém que toque um violão (muito importante) e deixe rolar!! Esse dia foi muito divertido...